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"Professores"

“O planejamento cuidadoso do aprendizado online inclui não apenas a identificação do conteúdo a ser abordado, mas também a orientação cuidadosa de como você irá oferecer suporte a diferentes tipos de interações que são importantes para o processo de aprendizado. Essa abordagem reconhece a aprendizagem como um processo social e cognitivo, não apenas uma questão de transmissão de informações” . De acordo com o texto “The Difference Between Emergency Remote Teaching and Online Learning”, 2020.

Dá uma olhada no design que eu fiz no Ca

* Ilustração por João Estelito

Professores no ensino virtual, muitos sem o preparo necessário para as aulas remotas, tiveram que adaptar seus conteúdos e sua metodologia para o âmbito digital. Às vezes sem o apoio e as iniciativas necessárias. “Uma das maiores dificuldades que tive no ensino remoto foi com o uso das tecnologias, porque nós utilizamos WhatsApp, utilizamos o email, mas não estávamos adaptados para criar links, a utilizar o Google Meet, o Google Drive, criar formulários e planilhas. Foi algo muito novo e ainda está sendo, na verdade, mas acredito que nós temos nos adaptado”, afirma Hariane Costa, 33, coordenadora de uma escola profissionalizante no município de São Gonçalo do Amarante.

A disponibilidade de computadores e acesso à internet não fazem parte da realidade de uma parcela considerável da população brasileira, a mudança repentina na rotina também foram fatores que influenciaram no percurso de dificuldades enfrentadas pelos alunos e professores durante a pandemia.

Murilo Wanderley Júnior, 27, professor de matemática na rede pública e privada em Fortaleza, fala: “Eu enfrentei, de certa forma, algumas dificuldades. Mesmo que eu seja um professor mais jovem e tenha esse acesso a tecnologia, mesmo que eu não seja analfabeto digital, eu enfrentei dificuldades. No começo, eu tive que ajudar muita gente, a maioria dos professores que trabalhavam comigo eram professores mais idosos, tive que montar tutoriais. Eu e um colega professor, mais ou menos da mesma idade que eu, propomos cursos e palestras para os professores mais idosos, para ajudá-los”. De acordo com a pesquisa “Sentimento e percepção dos professores brasileiros nos diferentes estágios do Coronavírus no Brasil”, do Instituto Península, realizada com 7.734 mil professores de todo o país entre os dias 13 de abril e 14 de maio de 2020, 88% dos professores afirmaram que nunca deram aula de forma virtual antes da pandemia.

As dificuldades no remotoEmília Parente
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*  A professora de redação explica sobre adaptação e preparamento no ensino remoto.

O profissional relata que precisou comprar mais materiais e alguns equipamentos para conseguir ficar com uma aula mais completa. “No caso da matemática, não é tão fácil fazer um slide. Meu slide tinha que ter todo o cálculo. Até eu comprar uma mesa digitalizadora. Mas, no começo, foi complicado mesmo, deu muito trabalho, fiz slide de “canetinha” [pincel atômico]. Como não tinha mesa e essas coisas, eu fazia de canetinha”, contempla Murilo.

Para que a experiência de ambos, professor e aluno, possa acontecer da melhor forma possível em meio a uma realidade desafiadora e atípica, os profissionais tiveram que estudar alternativas de planejamento pedagógico diferenciados para atender à demanda dos estudantes. Com metodologias diversificadas e adaptadas para as necessidades de cada turma.

Didáticas Emília Parente
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*  A professora ainda conta sobre as didáticas assumidas pelos professores no remoto.

Iane Nobre, coordenadora de Gestão Pedagógica do Ensino Médio (Seduc), tanto para alunos quanto para professores, o ensino virtual é um grande desafio. Todos estão em um constante aprendizado, utilizando ferramentas novas, adaptando-se a modelos de aprendizados diversificados. São experiências distintas e amplas. “Para os professores, por exemplo, muitos desses profissionais ainda têm dificuldades de manuseio das plataformas/ferramentas digitais, muitos não tem uma internet boa/potente, ou equipamentos com qualidade, com os programas necessários para ministrarem as aulas. Esse é um problema, um desafio desde março de 2020, que ainda se apresenta hoje em algumas instituições”, finaliza a coordenadora.

"Vacinação" 
 

A vacinação dos profissionais da Educação começou no Estado do Ceará em 29 de maio de 2021. Porém, horas após o anúncio da Secretaria de Saúde do Ceará sobre o início da vacinação contra a Covid-19, a exigência de um termo de compromisso assinado pelos profissionais declarando que retornarão às aulas presenciais após a vacinação foi amplamente criticada pelos trabalhadores da área.

A necessidade do termo de compromisso para o retorno das aulas presenciais como documento obrigatório para vacinação contra o coronavírus dos profissionais da Educação, no entanto, foi mantida após uma reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB). A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) informou que a documentação necessária foi decidida na reunião da Comissão Intergestores Bipartite, com a presença do Ministério Público Estadual, Federal e do Trabalho.

No dia 9 de junho, por meio de decisão judicial, os professores do Ceará foram liberados de  apresentar o termo de compromisso de retorno às aulas presenciais no ato da vacinação contra o coronavírus. O pedido para não obrigatoriedade do documento foi feito pelo Sindicato dos Servidores Públicos Lotados nas Secretarias de Educação e de Cultura do Ceará (Apeoc).

Tuany Lopes, professora de língua portuguesa e coordenadora em uma escola do município de Banabuiú-CE, relata sobre sua frustração em relação a postura da Secretaria da Saúde ao exigir a assinatura de um termo como critério por parte dos profissionais da educação para serem vacinados contra a Covid-19.

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