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Devido a pandemia, o ensino remoto foi imposto como única opção para alunos e professores, trazendo à tona uma série de conflitos pela falta de planejamentos e preparativos para adotar essa adaptação no ensino. Nesse contexto, redes públicas e privadas possuem os mesmos desafios, conduzir aulas informativas e de qualidade para seus alunos, porém se encontram em uma disparidade alarmante nesse alcance. Segundo uma pesquisa do Diário do Nordeste em conjunto do Especialista em Políticas Educacionais e coordenador do projeto Todos Pela Educação, Ivan Gontijo, os contextos pandêmicos farão aumentar os contrastes dos índices escolares entre alunos de distintas classes sociais. O Ceará, que tinha indicadores educacionais de referência, é um dos mais afetados.

Dá uma olhada no design que eu fiz no Ca

Desigualdade na educação

O professor Murilo Wanderley Júnior ensina matemática em dois segmentos, últimos anos do fundamental e médio, nas redes públicas e particulares. "As coisas funcionam bem melhores nas particulares. Os alunos possuem seus equipamentos e conseguem acompanhar as aulas. Eles possuem um suporte melhor para o aprendizado", contextualiza.  Já nas escolas públicas, esse acompanhamento é mais difícil de acontecer, porque nem todos possuem acesso à  internet e mesmo com a distribuição de chips pelo governo, nem todos possuem aparelhos para assistir às aulas. Em dezembro de 2020, conforme está publicado no site Seduc, cerca de 338 mil alunos do 6° ao 9° ano do Ensino Fundamental e 1° ao 3° do Ensino Médio receberam chips de pacote mensal com 20GB de internet móvel para auxiliar no acompanhamento das aulas remotas. 

"Às vezes, tem mais de um aluno na mesma casa que divide o celular da mãe e esse pacote acaba rápido",

lembra Murilo.

Emília comenta sobre chipsEmília Parente
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*  A professora de língua portuguesa, redação e atualidades relata sobre o recebimento dos Chips do Governo.

Segundo um estudo sobre desigualdade no ensino remoto, publicado no 2° semestre do ano passado e produzido por estudantes do curso de licenciatura de Química no Instituto Federal do Ceará (IFCE), que por meio de um questionário analisam o relato de duas mães e as respostas de 108 estudantes de escolas públicas do interior de Quixadá (CE). Os resultados dessa pesquisa concluíram que 41% dos alunos estudam entre 3 e 5 horas diárias, enquanto outros 49% somente 1 ou 2 horas por dia. Ainda assim, 10% reportaram não estudar ou mesmo participar de nenhuma atividade escolar, com justificativas pela falta de suporte ou de interesse. Em relação aos impactos sofridos pelas famílias dos estudantes na quarentena, a queda da renda familiar pela impossibilidade de sair para trabalhar e o adoecimento pela Covid-19 são as duas denúncias mais registradas.

Ingrid17, estudou até o ensino fundamental em colégios particulares e, a partir do ensino médio, passou a estudar em uma escola estadual devido às condições financeiras de sua família. Estando no 3°ano, a estudante ainda mantém algumas amizades da rede privada, e acaba observando muitas diferenças no ensino desses amigos. "Quando estava no segundo ano, no começo da pandemia e após ser decretado lockdown, no mês de maio alguns colégios particulares retornaram adotando aulas onlines pelo Google Meet e o Classroom. Minha escola só foi conhecer essas ferramentas em fevereiro deste ano".

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"A minha escola produziu um site e foram adicionando tarefas. Somente tarefas. No máximo, uma aula pelo youtube. E eram muitas tarefas por dia, cada área tinha seu dia na semana. Segunda era matemática, recibiamos tarefas de álgebra, geometria e da trigonometria. O professor colocava 15 questões de cada matemática para fazermos em um único dia. No dia em que tinha linguagens e códigos era horrível, pois são seis matérias. Enquanto isso, meus antigos colegas de sala assistiam seis aulas por dia", descreve Ingrid sobre o retorno das aulas na adaptação para o remoto.

* Ingrid Colares estudou em colégios particulares durante o fundamental, a partir do ensino médio passou a se matricular numa escola estadual do Ceará

Em uma pesquisa de extensão realizada por professores dos cursos de línguas da Universidades Federal do Ceará (UFC), que analisam a adesão de alunos ao ensino remoto nas redes públicas e particulares por meio de um questionário respondido de maneira anônima por duzentos professores de escolas da capital de Fortaleza e seus municípios. A proporção dessa adesão alcançou resultados bons referentes aos colégios particulares, apontando bons desempenhos e respeito  ao cronograma estabelecido pelas escolas. Já as instituições públicas apresentam dimensões baixas na abordagem do ensino remoto, levantando denúncias sobre a falta de suportes necessários para ajudar alunos e professores nas aulas.

Inclusão no Remoto (Podcast)

Bate-papo com Paulo Victor
00:00 / 12:38

Neste podcast, o especialista em educação especial inclusiva da Secretaria de Educação do Ceará - Seduc, Paulo Victor, esclarece sobre as verdadeiras dificuldades e os planos do governo do estado em relação a inclusão de estudantes com deficiência no ensino remoto. Explorando sobre as disparidades no acesso à internet e o complexo social "Mais infância".

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